28 de abril de 2009

Quem me manda a mim...

Ter caprichos de princesa?
Não tolerar que o ritmo dos outros não tenha a aceleração do meu?
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Não ter paciência para ouvir estórias e relatos demorados?
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Nas festas, beber copos de vinho tinto como se as adegas estivessem todas em vias de extinção, sabendo de antemão que posso vir a ter inesperados surtos de amnésia e arrependimentos fortes?
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Ficar fula quando alguém não consegue seguir o meu raciocínio?
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Achar que sou auto-suficiente e capaz de TUDO sem qualquer ajuda (a não ser nas situações em que a preguiça me domina)?
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Na maioria das vezes, agir antes de pensar?
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Não acertar na porra dos números do euro-milhões?
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Sentir que estou a trair alguém mesmo que não tenha com essa pessoa um compromisso de fidelidade ou de outra coisa qualquer?
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Idealizar amores impossíveis?
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Exigir que um companheiro, para que o seja, tenha que encaixar ao milímetro nos meus padrões?
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Quando estou disponível, exigir que tenham precisamente a mesma disponibilidade do que eu?
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Não conseguir fingir o que quer que seja?
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Dizer quase tudo o que penso de uma forma muito pouco diplomática?
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Não conseguir abster-me quando não concordo ou quando presencio situações de injustiça?
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Dizer asneiras, como se de um reforço se tratasse, quando sei perfeitamente que as poderia evitar?
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Ser tão desligada de algumas pessoas que me são tão importantes?
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(Pequenos defeitos de fabrico ou "coisinhas" de princesa)

24 de abril de 2009

Escapadelas absurdas

Este texto (Ok, post), foi manuscrito em Espanha por isso só vos peço um pequeno favor…leiam-no com sotaque "portunhol", assim a atirar para o andaluz, que ler é fácil, escrever é que deve dar uma trabalheira medonha.
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Ontem (atrasei-me a escrever esta coisa) tirei a tarde para estar comigo.
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Sem filho, sem alunos, sem cães nem gatos, sem net nem trabalho, sem gente boa nem gente assim-assim.
Peguei no carro, coloquei a música no máximo e fiz-me à estrada, fui para a Espanha próxima fingir que viajava para a outra, a Espanha longe. Cantei até que a voz me doesse, com o Mick Hucknall
, dos Simply Red.



Aqui podem fazer uma pausa e cantar o refrão bem alto!
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Say you love me
all around the world…
say you love me…
say you love…
say you...
say...
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A sua voz, o volume do som e as minhas danças de condutora desenfreada fizeram-me lembrar tempos de estudante…ai como eu gostava de ouvir o homem. Ai como eu gosto de ouvir os álbuns antigos…
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Verdade se diga que Ayamonte não tem quase nada que me seduza tirando o preço do tabaco e da gasolina, mas na Primavera o passeio compensa só para ver o vermelho incandescente das roseiras bravas da avenida.
Gosto de ouvir outras línguas, mesmo com sotaques do sul que me recordam, invariavelmente, gentes ciganas a apregoar a mercadoria nos mercados de roupa.
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Comi "montaditos" regados com "caña" e pedi mais outros e outro e outra, porque me estavam a saber bem…estranhei o inglês da Amy que se ouvia ao fundo. Em Espanha canta-se em espanhol ou castelhano ou o raio que parta (não a língua, a designação).
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Estranhei-me também a mim, consegui contornar todos os pensamentos menos agradáveis.
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As espanholas são coloridas e pimpilantes, usam todas sabrinas de verniz de tonalidades berrantes que complementam com vistosos penduricalhos nas orelhas.
Os espanhóis…esses não têm tanta piada, são iguaizinhos aos portugueses, com mais, ou menos interesse mas sem a graça da cor e pimpilação.
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Quando tenho saudades minhas, gosto destas escapadelas absurdas, de estar só comigo.
Sou uma boa companhia... quando estou sozinha até não chateio muito!

22 de abril de 2009

Cúmulos

Já ouviram falar do cúmulo do "dolce fare niente"?
Pois é, a pessoa que lhe deu origem vive na minha casa!
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O meu filho, conseguiu a proeza de chumbar por faltas a DUAS das TRÊS disciplinas que lhe restavam das SETE iniciais…na boa, sem complicações, sem manuais, sem cadernos nem esferográficas...
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Ainda lhe resta UMA para manter o estatuto...
...
Como é bom ser estudante!
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(Contas de substraír ou as alegrias de uma mãe)

21 de abril de 2009

OMG II

Tenho outro prémio...nem posso crer!
A M que mora NESTA RUA, deu-me um doce.
(Hoje bem precisava, estou cá com uma raiva...)

Avestruzes

Estou desiludida, lixada, com todas as letras e mais algumas que não cabem nesta palavra mas sim numa outra começada por "F".
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A minha ingenuidade, por vezes chega a ser assustadora. Às vezes ainda me iludo e chego a pensar que vivo num país livre, justo e democrático (e não, não estou a falar da classe política).
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A célebre frase "entre marido e mulher ninguém mete a colher", muito apregoada em tipos idos e que permitia aos maridos violentarem indiscriminadamente e repetidamente as mulheres bastando para isso fazê-lo no espaço privado das sua casas, remetendo os vizinhos que ouviam os gritos e choros dias após dias, meses após meses, para a condição de avestruzes, enterrando convenientemente as cabeças na areia, porque para chatices e azares na vida já bastavam os deles, ainda prevalece e estende-se a uma esfera muito mais alargada…pelos vistos às crianças supostamente vítimas de maus tratos também se aplica.
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Quando ouço mais ou menos isto "tem cuidado Ana, não te metas nisso, estás a lidar com uma pessoa influente que te pode tramar". Fico lixada!
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Quando outros adultos como eu, sabendo quase as mesmas estórias do que eu, tendo as mesmas suspeitas do que eu, "enterram a cabeça na areia" porque querem evitar chatices, não querem remexer na merda (desculpem o termo) não se querem tramar…ouvem impavidamente as suspeitas "de que" e não mostram a mínima vontade de agir, de mover mecanismos para averiguar se o "de que" é só uma alucinação de uma criança desequilibrada ou é de facto um facto…só me resta a desilusão, o desacreditar.
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Recuso-me a ignorar o mal dos outros, recuso-me a compactuar com injustiças, recuso-me a deixar em branco o que me parece preto. Recuso-me a dormir com a consciência pesada das incertezas, mesmo embora possam não passar de suspeitas.
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Tudo isto pode parecer muito confuso, mas não consegui deixar de manifestar o meu desagrado contra todas as avestruzes, sem desprimor da espécie, em forma de gente com que por vezes me cruzo.

OMG

Recebi o meu 5º prémio!
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O LBJ, é um gajo mesmo porreiro (se não era passou a ser), além de que escreve bem e tem imenso carisma...é só vantagens. Claro que nestes casos convém sempre dar um bocadinho de graxa. HEHEHE!
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Bem, o que interessa mesmo é que fui premiada e que por momentos me convenci que o meu blogue é "muita bom"!

19 de abril de 2009

Bora ver os Xutos a Odemira no 25 de Abril!?
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Nota de rodapé: Não estou só a atirar "postas de pescada", é mesmo um desafio!

Separação

Quando alguma coisa termina, as razões têm que ficar muito bem esclarecidas, tenho que saber exactamente quando, onde e como terminou. Quando se trata de uma relação não consigo fazer o "luto" se não souber porque é que aconteceu, tudo tem que ficar explicado, ainda que não exista uma explicação lógica. Só desta forma consigo colocar uma pedra em cima, desligar-me da espécie de cordão umbilical que existia e me alimentava. Posso até chorar um dia inteiro, apagar os contactos se necessário, mas tenho que ouvir ou dar a tal explicação, saber o tal porquê. Se tal não acontecer a dúvida permanece, fica tudo em aberto, é como se tivesse um morto para enterrar e não aparecesse o corpo para me dar a paz do fim.
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Aconteceu-me pela primeira vez, terminámos um relacionamento que ficou estupidamente em aberto, do qual ambos temos a certeza dos nossos sentimentos, inigualáveis ao que alguma vez já tínhamos sentido.
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Aconteceu-me pela primeira vez sentir à partida que muito dificilmente vou conseguir cortar as amarras…porque no fundo, não é isso que quero.
Porque tenho a certeza que vamos deixar passar o comboio das nossas vidas e talvez nunca mais tenhamos hipóteses de o tentar apanhar de novo.
Odeio esta sensação de vazio, esta certeza de deixar fugir a felicidade por entre os dedos.

Escrever este texto é talvez a primeira, das muitas tentativas que farei para exorcizar os meus fantasmas!
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(Desabafos fodidos! Lamento mas não encontro um sinónimo tão expressivo.)
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ADENDA: Não fiquem preocupados. A vida continua, não sou mulher de andar a chorar pelos cantos!

15 de abril de 2009

BO, o cão português dos States

Ó mister president, então ouviu dizer que o Cão d'Água Português ajudava os nossos pescadores a trazer o peixe para a costa? Então não sabe que com a crise que por aqui se sente, até os animais ficaram no desemprego!?

"O advento das tecnologias modernas de pesca e de comunicação iria tornar progressivamente menos necessário o cão do pescador, o cão de embarcação. No princípio do nosso século o Cão d'Água era ainda, em Portugal, o melhor companheiro do pescador, tão estimado e protegido como qualquer homem da companha, com direito a soldo diário e a um quinhão de peixe, como os outros pescadores. Mas a furiosa modernização do século XX fez-se sentir mesmo a este nível: os pescadores nem sempre podiam suportar a despesa de manutenção do cão que se lhe tornava supérfluo."
Texto retirado daqui.
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Ai, ai...Por acaso tenho que lhe ensinar tudo, mister president?

13 de abril de 2009

Com pronúncia do Sul...

Um enorme abraço à Pronúncia do Norte...
obrigadE!

Enleios

Eu: Blá, blá, blá e tal e tal e porque isto e aquilo…
...
Ele: Desculpa, nem sei o que dizer!
...
Eu: Blá, blá, blá… Esquece!
...
Ele: E tal e tal e blá, blá, blá… Não esqueço!
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E pronto, cá vamos nós, ou cá não vamos nós, enleados entre o esquecimento e a lembrança.
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(Porque será que certas mulheres (eu, incluída) às vezes usam esta merda como se de uma blogonovela se tratasse? É caso para pensar, ou até fazer um estudo aprofundado...quiçá!?)

12 de abril de 2009

Pequeníssimos enganos

Hoje a minha mãe veio almoçar cá a casa. Tal como lhe tinha pedido, trouxe as velas de aniversário para o bolo da malta (sim, porque com a crise que se atravessa um bolinho dá para a família toda). Até aqui tudo normal, atrever-me-ia até a afirmar que estava tudo bem…até o momento em que fui conferir as minhas velas.
...
As minhas velas, duas e com dois números…
,,,
- Mãeeeeeeeeeeeee!!!!!!!! Que velas são estas?
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- As tuas, com a idade que vais fazer, porquê?
,,,
- Porque aqui estão mais DEZ anos do que os que vou fazer!!!!!!!
...
- Ai, filha, desculpa! Nem sei onde estava com a cabeça…
...
Imediatamente, 3 balões de pensamento lutaram ferozmente, quase se atropelando para sair ao mesmo tempo do meu cérebro:
...
"Ai que chegou a hora…tal como temia a minha mãe passou-se!"
...
"Caramba, por ser a 3ª e última filha (portanto, já para a troca), dá-me tão pouca importância que baralha a minha idade com a do meu irmão."
...
"Será que estou assim tão estragada?"
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Este episódio deixou-me apreensiva. É que estas hipóteses, à excepção da última, como é ÓBVIO, têm sérias hipóteses de estar certas…
---
:S

11 de abril de 2009

Mudanças radicais

Atentem no pormenor do casaco. Fui eu que fiz! Sou uma mãe mesmo prendada:)

Esta noite já sei o que me espera, a minha vida vai mudar radicalmente. Sei que vou adormecer com um menor a dormir no quarto ao lado e como que por magia vou encontrar lá um adulto quando acordar.

Pois é, o Diogo faz amanhã 18 anos.

Prevejo que este seja um texto grande, por muito que me esforce não consigo resumir os meus 18 anos de mãe em meia dúzia de linhas. Se não tiverem paciência não o leiam, optem só pelo começo e pelo fim…aviso já que não prometo um final feliz…é só um final, com todo o amor que uma mãe pode conter em si.

O Diogo é o meu único filho e esta gravidez foi muito desejada, era tudo o que eu queria, era tudo o que o pai do Diogo queria, esperei alguns anos até ter essa certeza.

Talvez não saibas, Diogo, ou não te lembres de algumas coisas que aqui vou relatar…enjoy the trip…espero que nem te passe sequer pela cabeça "não foi esta a mãe que eu pedi, esta mulher é doida!"

Foi uma gravidez atribulada, talvez o prenúncio de uma maternidade também atribulada. Estive em repouso absoluto durante 5 meses e meio, em risco de perder o bebé.
Finalmente nasceu o "moço", 14 dias antes do esperado, foi a nossa prenda de aniversário, fazemos anos no dia anterior e seguinte.

Nasceu com 2.600 kg, pequenino como uma minhoca. Eu, ainda na mesa de partos levei a minha primeira "descasca" de mãe acabadinha de parir: "Está a ver esta placenta? Completamente envelhecida. Vê-se logo que é uma mãe fumadora!"
Na manhã seguinte o idiota do médico de serviço ao fazer a ronda pelas enfermarias, olhou para o Diogo e gritou alarmado "Esta criança tem problemas. Levem-no imediatamente para a incubadora para ficar em observação!" E ficou, em observação e sobretudo em perfuração, durante 6 dias foi picado em tudo o que era sítio e os resultados não eram nunca conclusivos, detectaram-lhe uma série de doenças que no fim não passaram de suposições. Sempre foi um bebé saudável.

A minha estadia no hospital foi de gritos, não teve um único momento de tédio…

- No 1º dia, ainda meio atabalhoada resolvi fazer um reconhecimento da zona, contra o aviso das auxiliares que tinham acabado de lavar o corredor "não saia agora que o chão está muito escorregadio"…resultado, o espalhanço foi tão grande que as senhoras tiveram alguma dificuldade em colar-me as peças que se espalharam pelo corredor.

- Ao 2º dia, depois de MUITO lutar contra o vício, já andava de pijama a cravar cigarros aos futuros pais na sala de espera do bloco de partos. Conversa puxa conversa e "Desculpe, por acaso não tem um cigarro que me dê?" Depois, era só fugir para a casa de banho, trepar para cima da sanita, atirar o fumo para a janelinha alta que dava para a rua e cruzar os dedos para não ser apanhada em flagrante delito.

- Ao 3º dia, na sala de neonatologia uma mãe, muito novinha, felicitava-me com o ar mais sério deste mundo, muito solidária, ao ler a etiqueta "parto eutócico", que estava junto ao berço (tuperware a bem dizer) do Diogo "Parabéns, teve um parto erótico!"

- Ao 4º dia morria de saudades da minha cadela e exigi a sua presença no hospital. Consegui! Desci ao pátio para a abraçar…ganhei umas valentes lambidelas e ela, um provocante sorriso escarlate de tanto me lamber os chinelos marroquinos tingidos de vermelho.

- Ao 5º dia, cansada de ver a minha colega de quarto chorosa, sem tratar o filho pelo nome, resolvi pôr tudo em pratos limpos, chamei uma assistente social e desmascarei o pesadelo que a desgraçada estava a viver. O bebé já não ficaria "para" aquele casal bem-posto de meia-idade…os pertences do Diogo foram divididos com o António durante cerca de um ano.

- Ao 6º dia, finalmente saímos…e fomos logo para casa? Não! Fomos para uma pastelaria, porque fartos de hospitais estávamos nós e o Diogo precisava de conhecer o mundo urgentemente!

O Diogo por escrito:

- 8 meses - Resolveu que estava na altura de experimentar o vício da mãe. "Comeu" um cigarro meu, desfaleceu por completo e só voltou a si depois de vomitar quilos de fios de tabaco, a caminho do hospital.

- 10 meses - Dentro de um carrinho de supermercado, fez as delícias da clientela que se ria com vontade ao passar por nós…eu, mãe babada, a achar que o meu filho era um doce. Desenganem-se, parecia um filme de terror barato, quando resolvi olhar com olhos de ver estava o rapaz completamente ensanguentado agarrado com unhas e dentes às miudezas de frango que comprei para a cadela e a chupar moelas como se fossem rebuçados.

- Quando fez um
ano, resolveu voltar às experiências perigosas e atacou literalmente o "ponche" que fazia as delícias dos convidados…ficou com um comportamento um pouco estranho, nada que não se resolvesse com algumas horas de sono.

- 1 ano e meio - Achava que as bochechas serviam apenas para armazenar mantimentos, na praia amealhava nelas tudo o que fosse mais escuro que a areia. Se me descuidava por momentos encontrava-o radiante, com umas bochechinhas lindas e luzidias…podia-se de lá extrair de tudo um pouco: carochas vivas e mortas, cócós de cão, beatas de cigarros, conchas…

- 2 anos e meio - Resgatei-o do meio da estrada em frente à nossa casa, em pleno trânsito de Agosto "Não faxas barulho mãe, pa penxarem que tô moto!". Foi a partir daí que decidimos procurar outra casa, afastada da estrada.

- 3 anos – Em casa de uns amigos, hora do jantar, depois da atribulação do dia passado junto à piscina, já lavadinho e passadinho a ferro…correria doida de um amigo, resgate do Diogo que se tinha atirado à zona mais funda da piscina…comentário do artista ao ser pescado "Ai que xenxação!"

- 3 anos e meio – Julgam que se perdia de amores por bonecos animados? Não! Perdia-se de amores por noticiários. Meses a remoer e a chorar a guerra na Jugoslávia… "Mãe…quando for grande não quero ir lutar para a Bósnia! Por favor quando tocarem à campainha para me virem buscar diz-lhes que não posso ir, que estou em Lisboa!"

- 4 anos – Verão, uma loja de centro comercial, apeada de tias. Experimento umas calças num provador apertado, saio para me ver ao espelho e o Diogo de imediato ocupa o meu lugar…ouço uma vozinha atrevida "Mãe, é assim que isto se põe?", "O quê Diogo?"…tarde de mais, o atleta do sexo já tinha invadido a loja com um preservativo pendurado na pila. A minha reacção? Perdi de imediato o tom bronzeado próprio da época! Como aquilo foi lá parar? Descobri depois que vinha num panfleto de uma discoteca, o rapaz adorava apanhar toda a papelada com que se cruzava. Como sabia ele para que servia aquilo? Não sei, verdade se diga, ainda hoje estou para saber.

- 4 anos e meio – Choro compulsivo e de revolta após o meu arranque com o carro à porta de casa "És uma criminosa, não tinhas nada que matar o pêssego que estava caído na estrada!"…senti-me uma autêntica brutamontes…

- 5 anos - Zanga atribulada com o pai. Consequências, a sua primeira tentativa de fuga…a arrastar uma mala enorme cheia de brinquedos e uma moldura com a foto dos pais…"Vou-me embora de casa! Agora só levo isto, assim que tiver oportunidade venho buscar os móveis do meu quarto!"
...
- 6 anos – Primeiro dia na escola primária, sala de aula com a professora, os colegas e os todos os pais. Muito afoito, muito engraçado, muito seguro de si, até que a professora resolve informar "Como sabem, vou passar estes 4 anos com vocês!"…com olhar de cachorro abandonado e lágrima ao canto do olho "Por favor mãe, não me deixes aqui 4 anos sem ir a casa!"

- 7 anos – Chegadinho da escola onde acabara de discutir o 1º referendo sobre o aborto com a professora Aliete (sua musa inspiradora, de quem era fã incondicional)…"Mãe, és contra o aborto não és?" "Não! Sou a favor!"…a primeira grande desilusão da sua vida, a sua própria mãe, era, na opinião dele, uma assassina a soldo…"Se fossem todas como tu não existiam bebés no mundo e só cá viviam velhotes!"…toma e embrulha! Agora explica-lhe Ana/Mãe...e expliquei-lhe, e foi pior a emenda que o soneto porque a minha estória do DIU, que era um aparelho e tal e tal, resultou numa catástrofe. No dia a seguir, tinha uma série de mães confusas à porta da escola "Mas que raio foste tu dizer ao Diogo? O meu filho perguntou-me porque é que eu não punha um rádio igual ao da mãe do Diogo dentro de mim para não ter mais bebés."

- 8 anos – A seguir ao jantar, eu, despreocupada a ver televisão na sala…"Mãe, já fizeste um "broch*" ao pai?"…caiu-me tudo aos pés, a visão turvou-se-me, as palavras ficaram entaladas na garganta. Sem resposta imediata resolveu perguntar ao pai. Não sei que resposta obteve, o certo é que chegou à brilhante conclusão "Hummmm…nem precisas responder, pela carinha que o pai fez, está-se mesmo a ver que já fizeste!"

E as estórias foram-se repetindo, cada qual mais insólita, mais disparatada, mais difícil de resolver…

- 15 anos – Teve uma depressão grave…

- 17 anos – Não sabe o quer fazer da vida, salta de curso em curso em busca de respostas.

Mas é um jovem/homem sensível e muitoooooo especial…é o meu filho, o meu Diogo, a minha vida!

10 de abril de 2009

Espanta-Espíritos

Estava neste fim de tarde sentada no jardim a fumar um cigarro e a olhar para as nuvens brancas que se moviam apressadas, quando, numa ronda pelas paisagens mais terrenas esbarro com o olhar num dos espanta-espíritos que habita a minha árvore das flores amarelas.
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Os olhares trazem memórias, as memórias puxam palavras…et voila! Cá estou eu a fustigar o teclado.
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A estória que se segue pode parecer que não tem nada a ver com este começo, mas tem tudo.
Há uns anos, poucos, tive um namorado alemão, o Nils (escrevo o nome porque não existe a mais pequena hipótese do homem se esbarrar nestas andanças) que residia cá há 10 anos. Quase não pescava uma palavra de português e era um verdadeiro poço de sensibilidade…
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Este espanta-espíritos foi uma prenda que lhe dei num Natal, era a cara dele, o raio do objecto…"Ya! Muit'Girrrro!", disse ele num português arranhado. Junto, e para compor o ramalhete também lhe ofereci um casaco que me custou os olhos da cara.
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Abreviando…
O espanta-espíritos não chegou a sair cá de casa, talvez por isso os ditos cujos nunca se atreveram sequer a dar de caras. O casaco, esse, deve estar na Alemanha a agasalhar o dono que bem precisa de aconchego pois passa grande parte do seu tempo a espantar os espíritos que desde então o passaram a atormentar.
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O Nils não era nadaaaaaa materialista, era um verdadeiro mãos largas, o que era dele era dele e o que era meu era nosso.
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Graças a ele descobri (e porque sou uma querida vou partilhar) que não temos que pagar uma pipa de massa por uma água quando vamos ao cinema numa das grandes superfícies comerciais, as águas compram-se, de caminho, baratíssimas, na Sport Zone (espero que estes gajos tenham uma atençãozinha comigo pela publicidade).
E como descobri esta significativa forma de poupança digamos que cinematográfica? Descobri na pele, ou na carteira, depende do ponto de vista.
Ora o Nils, para me poupar ao desgaste físico e me aliviar o peso da carteira, quando íamos ao cinema, dizia sempre "AnnA, vai comprrrando os bilhétes que eu vou buscarrrr águás". E assim foi, das duas ou três primeiras vezes, eram (os meus) 10 euros dos dois bilhetes contra os 50 cêntimos (dele) das duas águas. Verdade se diga que esta reles manobra de poupança acabou em pouco tempo, porque eu sou mulher, portuguesa, mas não sou burra!
...
Em abono da verdade, do Nils quase só recordo as sopas divinais que fazia.
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Quando me lembro dele?
Quando olho para o raio do espanta-espíritos!
...
...
(Etiquetas à escolha do freguês: "Do que me havia eu de lembrar!?" "Deutch espíritos." "Raio do alemão se era parvo!" "Quem me manda a mim não ser fiel ao produto nacional!?" "Nada como cortar na casaca de quem merece para aliviar as tensões.")
Temporariamente em Standby...
só até a neura passar!

8 de abril de 2009

7 de abril de 2009

Movie Day

Porque gosto mesmo da Juliette Binoche!
(Surpreendeu-me pela positiva)

Porque não vi quando esteve em exibição.
(Gostei...não adorei. Não se compara ao livro).

Porque sim! Apeteceu-me uma estórinha de encantar.
(Bem me lixei com este, a brincar, a brincar, foram ditas tantas verdades que até me doeu a alma).

5 de abril de 2009

Prémios

Recebi um prémio que acabei de guardar no coração...

OBRIGADA Pronúncia,
mulher pensadora!

4 de abril de 2009

NÓS por cá...

Esta tarde
...
andei a fotografar
...
um bocadinho
...
de nós
...


















...somos ASSIM!

Ser Feliz é...


- Estás bem Diogo?


- Sim! Por acaso até tenho andado super feliz!...porquê?


- Por nada, era só para saber.


É que isto de ser mãe tem muito que se lhe diga...à que fazer o balancete com alguma frequência.


Posto isto...também estou super feliz!


(Coisas da maternidade, ou, a maternidade tem destas coisas)

ABOBORADA

Não sou pessoa de grandes saídas nocturnas, mas às vezes apetece-me mesmo beber um copo, estar na conversa tonta, ver como param as modas...

E esta noite estava mesmo para aí virada.
Acontece que de repente me apercebi que não tenho assim tantoooooooos amigos para me acompanharem...4 estão podres de cansaço ou trabalham amanhã às 8; 1 não pode porque foi pai e vai logo de manhãzinha para Antuérpia para ver o rebento; outra, está no Alentejo em casa dos pais; outros/as como estão de férias foram para as santas terrinhas.

BOLAS!!!!!!!!

E aqui estou eu, com um "melão" do tamanho de uma ABÓBORA do Entroncamento.

3 de abril de 2009

Decisões inadiáveis

Pensar já tinha pensado, verbalizado também, diga-se de passagem, porque eu não sou mulher de guardar as minhas coisinhas a 7 chaves. Mas decidir, DECIDIR, foi esta noite mesmo…
...
Desenganem-se que não é uma notícia bombástica, nem tão-pouco uma prestação de serviço público, só vou contá-la “porque sim” e sobretudo porque depois de a oficializar publicamente por escrito, já não há volta a dar e lá vou ter que cumprir a tarefa inglória.
...
Como estou falida, assim mesmo falida, falidinha, de tal forma que tenho andado a adiar a compra de umas lentes novas para os óculos e a ida com o carro à revisão…resolvi que vou empregar o subsídio de férias numa viagem a Barcelona.
Tenho que começar já a procurar uma viagem daquelas tão baratas que até mete impressão e depois faço uma reserva num hostal com quartos mistos daqueles tudo ao molho e fé em Deus (graças ao meu amigo “Andarilho” fiquei num no Verão passado em Berlim e adorei).
...
Barcelona está-me atravessada. Já lá estive duas vezes mas não consegui ver nada de nada.
Da primeira vez foram 3 dias em trabalho completamente preenchidos numa feira de materiais de construção para arquitectura de interiores. Quando saía para jantar ao fim do dia, adormecia em cima do prato.
Da segunda vez, de passagem para a outra margem, literalmente. Fui passar um fim-de-ano com um amigo que estava a trabalhar em Palma de Maiorca (que contrariamente à ideia pré-concebida que tinha, até tem umas coisas giras para se ver e um ambiente jeitozinho, desde que se saiba por onde andar).
...
Posto isto, pois que vou em Agosto!
Vou sozinha ou acompanhada, tanto me faz. Quero ver tudoooooooooo!!!!!!!!! Tirar centenas de fotos e respirar a cidade por todos os poros.

UFFFF…já desabafei! É que não consigo guardar estas coisas por muito tempo…

1 de abril de 2009

Ai como eu gosto deste mês!

Não fosse o facto de fazer anos em Abril, o que nesta altura do campeonato já deixou de ser motivo para grandes festejos e entusiasmos, poderia dizer que levo todo o ano à espera que este mês se apodere do calendário.

Gosto da cor dos dias, gosto da luz, da temperatura…até gosto da sonoridade da palavra “Abril”.
Digamos que sou uma Abrilo-maníaca...

No espaço de três dias seguidos comemoram-se todos os aniversários possíveis aqui das redondezas e fica o assunto arrumado. O meu filho nasceu no dia entre o meu aniversário e o do pai, a namorada dele, só para chatear, faz também anos no dia anterior ao dele… assim como assim aquelas incompatibilidades dos diferentes signos não são um problema nesta casa uma vez que aqui é só faísca... tudo carneiragem, tudo a marrar uns com os outros e está o assunto arrumado.

Este ano ando numa pilha de nervos...
Vou tornar-me muito brevemente numa mãe de um adulto. Não! Desenganem-se que não me sinto uma velhota com os pés para a cova (não me comecem já a chamar “cota”, é que fui mãe aos 10, ahahaha)!
A antevisão desse cenário está a deixar-me de rastos.
Quase que poderia afirmar que me está a dar cabo do Abril…mas que chatice!!!!!

Pormenores


Posso afirmar

que sou

completamente

feliz!


(Ok, OK...o "completamente" foi a minha mentira de 1 de Abril).

obrigada pela visita!

pessoal que gosta de estar a par destas andanças

facebokiANOS a par desta coisa