31 de janeiro de 2010

crise blogótica

imagem de Tim Walker

Não sei se sentem o mesmo do que eu, mas por mim falo (escrevo).
Parece-me que a blogo anda numa fase de desencantamento em que grande parte dos intervenientes, vão publicando posts quase a metro, para não deixarem os seus espaços completamente moribundos.

Posso estar muito enganada, mas a mim é precisamente o que me está a acontecer...

Talvez seja normal, talvez seja apenas uma crise de meia idade blogosférica. Espero bem que assim seja.
Cheguei a um ponto em que a inspiração me falta, tudo aquilo que penso escrever me soa a medíocre e me leva a desistir das ideias, logo após a sua nascença.
Quase tudo o que leio me parece escrito sem garra, sem paixão...assim como que "para encher chouriços".
Sinto falta do efeito surpresa e raramente escrevo ou leio algo que me deslumbre, como de início.

Por todo este marasmo, que estou a atravessar, peço desculpa aos meus visitantes e a quem visito, muitas das vezes sem comentar.

Continuo na esperança de que o Sol nos traga novos laivos de inspiração, continuo na esperança de que me vou tornar a encantar e que vou ainda, por vezes, voltar a encantar-vos...

Não é caso para preocupação. Está tudo bem! É apenas uma crise bloguística.

Notazinha de rodapé: Não é minha intenção tecer qualquer tipo de crítica ou desvalorizar a qualidade das postagens dos "companheiros" de andanças. É apenas...um verdadeiro momento de honestidade.

29 de janeiro de 2010

simplicidades ou manias, como lhe queiram chamar

Achei esta imagem deliciosa. Como quase sempre, foi gamada algures no Google....

acho que
as pessoas
só podem ser
verdadeiramente
boas
se gostarem
de animais!

Que querem...manias minhas! Ninguém me consegue tirar da cabeça esta visão simplista da vida.


Pedido de ajuda: Por acaso alguém me sabe dizer como posso publicar imagens MAIORES???????

22 de janeiro de 2010

desespero



uma amiga do meu filho suicidou-se esta noite...tinha 17 anos. aparentemente, estava bem...

questiono-me sobre a vida
tenho medo


(não encontrei uma imagem, capaz de exprimir o desespero)




17 de janeiro de 2010

dialectos

aqui no burgo fala-se assim

Fui mesmo agora comprar tabaco aqui ao pé de casa. De uma vizinha das redondezas, ouvi e presenciei o pequeno "apontamento" que passo a transcrever, na medida do possível.


"Moças, qué q'se passa? Na virem passar o carro da GNR?

Ê tava ali à da minha Délinha e eles tavem parados. Eram três, num carre daqueles grandes!

Na cê se távem há pergunta d'alguém… a mim na me disserem nada?!

Se calha tavem mazera atrás d'alguém…

Quand'ê passê ficarem olhande fêtos parvos…"


Breve reparo: tudo isto foi dito com grande entusiasmo, acompanhado por gestos largos e expressões faciais caricatas.

O verdadeiro sentido da expressão "algaraviada"!


ipod

Recebi uns emails logo pela manhã. Por vezes nem os abro porque me falta a paciência, prevendo o tipo de graçolas que vem a caminho. Devo ter acordado com o humor em alta porque a este achei uma piada....
Não resisti a partilhar a brejeirice.

Os primos da cidade foram passar o Natal com os parentes alentejanos.
Alguns dias após o Natal, estava o primo da cidade a fazer alarde dos presentes que tinha ganho...


- Primo, viste o que eu ganhei de presente? Um 'Ipod' espectacular da melhor marca ...


O primo alentejano respondeu:

- Bom primo, muito bom!!! Mesmo muito bom...


Aí o da cidade perguntou:

- E o que foi que tu ganhaste?

- Ganhei o mesmo que tu.


- Mas, quem te deu?

- A minha prima, tua irmã...

- Foi mesmo?

- Foi. Estávamos no ribeiro nadando nus. Cheguei por trás, encostei-me a ela e perguntei: Posso?

Ela virou-se e disse: "Aí Pode!"

É bom demais primo! Agora, se tem marca, não sei. Nós no Alentejo chamamos-lhe ""!


benditos alentejanos que tanto admiro

16 de janeiro de 2010

notícias do umbigo

hoje é dia de celebrações do coração

Faz dois anos que sem prever nem me precaver, fui tomada de assalto e assaltei também eu, sem recorrer ao uso de armas.

Maldita (ou bendita) paixão que perdura como as pilhas e se entranhou na pele como o Sol de Agosto.

Não podem comentar, mas em compensação podem sempre entreter-se a fazer o Origami.

15 de janeiro de 2010

dúvidas existenciais


Ser mãe, pai, avô, avó, irmão, irmã, conselheira, educadora, "sopeira" e táxista, amiga e às vezes inimiga...

Fará de mim a responsável por tudo aquilo que a minha cria é, ou faz???????????

Por favor digam-me que não!

14 de janeiro de 2010

haiti, aqui, no pensamento


Ninguém está livre da fúria da natureza, ninguém a merece seja ela em maior ou menor escala...

Mas porque será que acontece sempre aos mais desprotegidos!?

Será a INjustiça divina?
Mais de 100 mil mortos, dá que pensar e nem dá sequer para imaginar.

10 de janeiro de 2010

sem cores

Gosto de pensar que os dias cinzentos acontecem propositadamente para que nos possamos divertir a colori-los.

O pior é quando reparamos que as tintas se acabaram e nos esquecemos de as colocar na lista de compras.


8 de janeiro de 2010

parvoíces, parvoeiras ou esparvoamentos

Estou "práqui" a comer Mon Chérri's que nem uma doida.
Já me estou a sentir ébria...ou será parva!?????

(parvoíces do mais idiota que se possa imaginar, ou idiotices do mais parvo. deixo-vos a escolha da etiqueta)

4 de janeiro de 2010

descobertas...de mim, dos outros e das coisas

Aino Kannisto

Hoje, logo pela manhã, descobri que a vida pode ser tão pequenina e escorregadia que não nos podemos dar ao luxo de a desperdiçar.

Logo pela manhã recebi a notícia da morte de um colega. Que estava bem, que tinha energia para e dar e vender, que não fumava, que era desportista e que se apagou assim, do nada, no espaço de um mês. Que era o primeiro a entregar-me toda a papelada chata que lhe pedia. Que foi o primeiro e o único colega a anunciar-me, orgulhoso, "acabei de saber que fui avaliado com um excelente no ano anterior". Que me deixou falta, mesmo que só o tivesse conhecido este ano lectivo e sem que tivéssemos grandes intimidades. Que não me sai da cabeça a última pequena conversa que tivemos. Que me acompanhou os pensamentos durante todo o dia.

Nem calculam a impressão que me fez ler-lhe o último sumário no livro de ponto de uma turma que partilhávamos. Ler a resposta que o filho me deu e que ainda tenho no telemóvel, ao sms que lhe enviei a desejar as melhoras 5 dias antes de morrer.

Descobri ainda que não podemos deixar-nos escorregar pelas paredes abaixo, que temos que contrariar as tristezas com coisas que nos façam sentir a vida.

Descobri que os textos que escrevo com mais prazer são aqueles que ninguém comenta.

Descobri que as malaguetas caseiras da Alexandra são tão potentes que podem tornar uma refeição que se quer apenas algo exótica, numa verdadeira bomba tailandesa ou indiana de fazer chorar, literalmente, as pedras da calçada.

Descobri que os quase homens (de 18 anos) têm a mania que podem ser Bobs os Construtores, mas que precisam da mente iluminada de uma mulher que os chame à razão quando que lhes diz que não, não é preciso um berbequim, porque o furo "inacabado" do móvel da Ikea, foi propositado e é mesmo assim.

Descobri que sou muito mais teimosa do que um reles parafuso calcinado, com a rosca passada…que sou uma verdadeira self-made woman e que só me falta mesmo conseguir descobrir uma maneira de, sozinha, conseguir fazer conchinha para dormir aconchegada nas noites frias.

2 de janeiro de 2010

situações traumáticas que nos podem destruir a vida em segundos, se não tivermos a ajuda de um bom psicólogo

Neste fim de tarde descobri alguns insondáveis mistérios da minha vida, a bem dizer, o porquê de certos traumas, que, claro está, se devem a uma infância castradora. Culpa de quem? Dos livros de leitura do meu "Ensino Primário Elementar" e, sobretudo da Dona Alda.

Hoje tive a visita de uma querida amiga que perdeu um familiar chegado. A situação não esteve fácil, fico sempre com esta sensação estranha de que tudo o que disser só irá piorar o que já de si não está bem. Ao longo da tarde, o ambiente melhorou e a I. lá foi conseguindo descomprimir um bocadinho.


Conversa puxa conversa, chegou-se ao regime salazarista, que a I. só conhece através das descrições que lhe têm feito, pois, felizmente já nasceu depois.

Ora eu, mulher experiente e vivida, não confundam estes adjectivos com outros menos simpáticos, tais como velha, acabada ou esclerótica, resolvi mostrar-lhe o quão divertidos e motivantes eram os meus livros da primária. Só para que tivesse uma pequena ideia de como as criancinhas na altura treinavam o b-a-ba.

Assim que abri o meu livro de leitura da 2ª classe, 1ªedição de 1968, achei-o moderníssimo em comparação com o da 3ª, esse, uma 4ª edição, datada de 1954. Os livros mantinham-se durante décadas porque os temas estavam sempre actualizadíssimos…se não se falava da lavoura, falava-se da vida do campo e da cidade, da felicidade pelo estudo, da pátria e da nossa alegre e modesta casinha, da procissão e do cão Piloto, da horta e, como não podia deixar de ser, das histórias "empolgantes" da Luísa, do Duarte e da Joaninha, personagens principais que, ora iam visitar os tios à aldeia, ora eram visitados pelos tios da aldeia.

Dizia eu que o da 2ª classe me pareceu muito moderno assim à primeira vista…as ilustrações eram uma coisa muito avançada para a época. Descobri com grande surpresa minha que são da Maria Keil.

Os textos, de ambos, são de uma riqueza estonteante, daí a nossa grande satisfação da altura, pelo jogo da carica, do berlinde, do elástico, da macaca… pudera!!!!! Horas a fio a ler e a decorar aquelas endrominâncias sobre a vida modesta mas limpinha do campo, o pai que vai trabalhar de sol a sol para nos dar o sustento e a (desgraçada) mãe que é 10 em 1… faz a comida, lava a roupa, esfrega o soalho, conta histórias, leva porrada no lombo (ai, esta parte não estava escrita), canta o fado, estica o salário do marido e não trabalha fora porque este não a deixa (ai, outra vez, que esta parte também não estava escrita).

Bem, adiante…

Consegui pôr a I. a rir-se e a jogar as mãos à cabeça com tanta riqueza de textos e variedade de temas.

O ponto alto foi um maravilhoso texto sobre "A nossa Casa" em que, a dada altura se pode ler que a nossa casa se divide em duas partes: a parte de fora e a parte de dentro. A de fora é só para se ver e a de dentro é onde fica o nosso verdadeiro ninho.

Descobri ainda a minha famosa "Prova de treino da 3ª classe", feita a 13 de Junho de 1973,na Escola Feminina nº2 de Faro. Ora aí é que a porca (salvo seja) torceu o rabo. Então não é que a cabra (salvo seja também, porque até era muito querida a Dona Alda, tirando os sopapos que dava aos meninos por assim dizer mais burrinhos na altura, que são hoje as criancinhas com Necessidades Educativas Especiais), me deu um bom pequeno, num ditado ENORME onde dei apenas um mísero erro na palavra intensidade que escrevi com c de cão. É que nem a porra de uma falta de um acento…tudo certinho e escrito a caneta de tinta permanente. Foi uma injustiça do caraças!!!!!!

Não sei se ainda vou a tempo mas estou a pensar seriamente em apresentar um recurso muito bem fundamentado por algum advogado famoso da praça (Pulha, se acaso me estiveres a ler….).

Os meus traumas só podem vir daí. Esta minha total aversão às injustiças, este meu, às vezes, síndrome de Robin Wood…

É QUE NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS A UMA CRIANÇA DE 8 ANOS!!!!!! Nem um Bom mais, ou um Muito Bom menos… mas que grande cabra aquela Dona Alda!!!!!

aconselhamentos

clica na foto para veres a dimensão que pode ter uma atitude


obrigada pela visita!

pessoal que gosta de estar a par destas andanças

facebokiANOS a par desta coisa