26 de fevereiro de 2011

diálogos quase surdos entre pastores e outras pessoas



Cenário: o espaço relvado de um posto de gasolina

Personagens: um pastor alcoolizado, eu e o filho, 10 cabras multicoloridas

Eu: Caramba, não trouxe a máquina…este cenário é surreal

Filho: Eu tiro fotos com o telemóvel

4 cabras empoleiradas a comer a árvore da vizinha do lado
6 cabras a comer relva
2 carros a abastecer de combustível
1 pastor a beber uma cerveja de lata

Pastor: Tira agora, agora que estão todas juntas

Filho: Vou tirar, vou tirar

Pastor (com voz muitoooooo arrastada): É a senhora dele ou a mãe?

Eu (com voz muitooooo aparvalhada): A mãe!

Pastor (com voz imperceptível e de mão estendida): Prazer, sou o $%35&/(//!

Eu (com voz aparvalhada e de mão estendida): Muito prazer, sou a Cristina.

Final da sessão fotográfica
Entrada no carro

Pastor (a bater à janela do filho): Olha, põe na internet, pode ser que alguém queira comprar as cabras…

PORTANTO, desde já aqui fica o aviso: se alguém tiver interessado em 10 cabras giras, muito sociáveis,  multicoloridas e amantes de relva, é só dar um toque.

vazios (ou contagem decrescente)


Já trabalhei 100% por amor…mesmo
O amor ainda não se transformou em ódio mas para lá caminha, caminha pelo menos para um sentimento de injustiça cada vez mais profundo, um cada vez menos “ensinadora” e mais secretária, gestora de papeis inúteis que se avolumam num faz de conta que são indispensáveis à melhoria do ensino. Medidos por volume de páginas…és tão mais eficiente quanto mais páginas produzires, quanto mais estratégias apontares, ainda que as estratégias não passem pelas tuas mãos porque os milagres, de facto não acontecem. Porque nem toda a gente foi talhada para este nosso sistema de ensino, porque há jovens que não se adaptam, não fazem sacrifícios, não conseguem aturar alguns programas secantes, que de tão extensos e inúteis não permitem abordagens mais interessantes. Há jovens que são uns “calões” e nesse caso não existem estratégias possíveis, os pais não sabem o que fazer, os professores desdobram-se nas ditas estratégias e os resultados, quase sempre são nulos. A batata quente está nas nossas mãos que por magia, temos o papel de motivadores. É quase como ressuscitar um morto, quase como fazer uma Páscoa no século XXI.

Depois temos as noites, quase sempre com trabalho trazido para casa, os fins-de-semana, cada vez mais, quase sempre, com trabalho trazido para casa.

Depois temos as “bocas”, que ouvimos quase diariamente, de que não fazemos nada, que passamos a vida de férias, que ganhamos rios de dinheiro.

Depois temos os amigos a achar que lhes fugimos em desculpas quando dizemos que não podemos, que temos que trabalhar.

Depois vamo-nos distanciando de tudo e de todos e a escola toma de assalto a nossa vida que deixou de ser nossa e passou a ser dela.

Depois ainda temos os baldas, que fazem com que se generalize a ideia de que somos todos assim, uns só férias, uns boas vidas…

Estou a iniciar um processo lento de saturação…estou com um certo receio que cresça, tanto, que me retire a réstia de amor que ainda tenho, porque sem paixão não consigo trabalhar! (ai que me conheço tão bem…)
Receio ainda que todos os “ensinadores” como eu, se desapaixonem e aí sim, vai ser um grande problema. 
Talvez então as pessoas se apercebam da falta que fazíamos quando ainda éramos uma classe apaixonada.

COISAS PARA REFLECTIR ou
talvez não…

22 de fevereiro de 2011

auxiliares de memória

não me posso esquecer
de continuar a acreditar
  que amanhã

 tudo vai melhorar

20 de fevereiro de 2011

despreocupação preocupada

vítimas do muro de Berlim, aqui, porque sim

Não sei se vos acontece ter vontade de escrever mas não vos sair nada de tão especial que mereça uma publicação. Não sei se vos aconteceu a chegada a um ponto de entupimento de textos em que quase tudo se tornou aborrecido e repetitivo, ou porque se resume a cascar nos nossos governantes, que quanto a mim já nem merecem esse gastar de letras, ou porque são os chamados textos para chocar meninos e meninas, tipo eu sou tão mauzinho, tão anarca, tão diferente, tão menina/o mal comportada/o, ou porque são tão só e apenas para "encher chouriços".


Não sei, não sei mesmo. Não quero assistir à morte do olhARES, assim, sem mais nem menos, por isso vou escrevinhando muito espaçadamente estas fracas teorias que nem a conspiração chegam.

Nada mais certo, quando se diz que chegamos a um ponto, com a idade, ou maturidade, ou experiência de vida (chamem-lhe o que quiserem) nos estamos quase, quase a borrifar para o que está na moda, despreocupamo-nos com as impressões que causamos e escrevemos como se falássemos para nós, tipo versão rasca de A. Lobo Antunes.

Poderia descrever o que me enerva e encontro SEMPRE por esta blogosfera, poderia dizer o que me incomoda porque me cheira tanto a tão pouca verdade, poderia até falar da proporção inversa que a maioria das imagens de perfil consegue transmitir aos mais atentos…mas não, não vou debruçar-me sobre o tema.

Estou amarga? Sim! Estou! Deve ser uma coisa da tal idade.

Continuo a gostar de ler o que me desencadeia arrepios, pela simplicidade, pela verdade, pelo humor. Continuo a gostar de ler os textos que me acrescentam saberes. Continuo a gostar de descobrir imagens e sons bonitos porque sim, e não porque dão uma imagem de modernidade forçada.

Tenho saudades da blogosfera…
Tenho! Saudades…

13 de fevereiro de 2011

mensagens que de subliminar têm muito pouco


A bem dizer não tem acontecido assim nada de bombástico a assinalar na minha "vidinha".

Assim sendo, passei só para vos dizer um OLÁ!

E airosamente me vou...não sem vos deixar esta discreta mensagem para reflectirem durante a semana.

FUI!

2 de fevereiro de 2011

a senhora da farmácia!?...uma querida, portanto!

os meus são mais descoloridos, porém, muito minimalistas e jeitosinhos, também

No mês passado, para começar o ano em beleza, comecei a fazer uma medicação daquelas para a vida toda.


Será impressão minha ou noto um esgar de malícia nos vossos olhares? Bem, antes que ousem proferir em voz alta a frase que vos ocorreu, trato já de os esclarecer: SIM, poder-se-á dizer que são os comprimidos das velhas. Aqueles com direito a caixinha de compartimentos para o almoço, jantar, pequeno-almoço e com um bocadinho de sorte, lanche…
NÃO! Não estou preparada psicologicamente para esta MERD@ !!!!!

Nota I: Tirem o cavalinho da chuva porque não estou com esse ar de acabada que estão a pensar. Aliás, não fossem umas (pronto, umas muitas, diga-se em abono da verdade) ruguinhas teimosas e chatas (pois, porque se tivesse a cara rechonchuda nada disto acontecia), ninguém diria que sou uma “MEDICADA VITALÍCIA”, uma agarrada, a bem dizer.

Nota II: A senhora da farmácia, compadeceu-se desta minha manifesta renúncia à nova condição (como é do conhecimento geral a primeira reacção é sempre de revolta), ofereceu-me uma pastinha para as receitas com um moderníssimo termómetro tipo cartão visa (só reparei nos seus atributos passado quase um mês…sempre pensei que era um simples e inútil cartão de visita)e prendou-me ainda com uma magnífica lima de unhas em carteirinha de plástico a imitar cabedal…em suma, transformou a minha ida à farmácia num autêntico Natal dos hospitais em modo farmacêutico…
UMA QUERIDA, PORTANTO!!!!!!

1 de fevereiro de 2011

observâncias mudas de mim


Gosto de observar as pessoas em silêncio, gosto inclusive de tecer comentários mudos e cerebrais, confesso que por vezes um tanto mesquinhos – “Credoooooo, parece um chouriço com este casaco”, “Coitado, que figurinha!”, Caramba, és aquilo que se pode chamar uma verdadeira idiota!” – quando o caso está mal parado chego mesmo a ofensas verbais do tipo “Que filho da put@ me saíste ó otário”. Para além destas, e apenas entre mim e o meu cérebro, desfila por vezes um rosário de afirmações poéticas do género.
Em suma, são comentários egoístas, poderiam ser diálogos, não fosse o acaso de serem mudos e ficarem confinados ao meu cérebro.

Observo o que mexe e o inanimado, comento comigo o belo e o feio numa surdina que raramente chego a partilhar.
Passo dias e dias que falo mais comigo do que com os outros…tenho preguiça de deitar conversas para fora, sabe-me bem conversar para dentro.

Gosto ainda das expressões, dos trejeitos, de arregalares de olhos, de mãos nervosas e agitadas…de falas com o corpo, de indícios de vida…

Em contrapartida, e porque geralmente há sempre um reverso da medalha, são raras as vezes que me consigo manter calada em situações que não me dizem respeito…meto o bedelho, opino, chego até a intrometer-me no pacato trivial das conversas alheias de fila de supermercado ou de locais de espera – “Uiiiii, se está cara a gasolina!”, “Também me aconteceu o mesmo!”, “Está um frio que não se aguenta!” - e por aí fora, porque esta boca às vezes desobedece-me e parece uma matraca...nem sempre a consigo conter.

Sou 2 em 1, ou talvez uma calada faladora.

Faço-me companhia assim. Não fossem estes meus laivos de intromissão a contrariar e acharia que tenho longos períodos de vivência numa bolha gigante.

Gosto de sorrir para as pessoas ou de fazer umas trombas monumentais se por qualquer motivo estas me irritam. Gosto que sintam que estou ali (acho que acabei de descobrir que gosto de ser notada).

Quando rio, rio mesmo…alto e despudoradamente, chocando provavelmente os outros mortais.  
Quando me enervo, é impossível que alguém não note as minhas explosões imediatas…
Quando me zango falo alto, grito (quero eu dizer), mas grito mesmo, com todos os decibéis que a garganta me permite. Geralmente até ficar rouca e num tom que, tal como as gargalhadas, provavelmente choca também os outros mortais.

Sou pouco polida às vezes, mas em contrapartida não me podem acusar de ser pouco  expressiva...sempre é um pontinho a favor.

Hoje senti necessidade de fazer esta observância de mim, talvez porque os balanços não se fazem só em Janeiro, talvez porque hoje é Fevereiro, talvez porque ou porque, ou porque…

E a espaços, conto-vos, bocadinhos soltos de mim, assim, só porque sim!

obrigada pela visita!

pessoal que gosta de estar a par destas andanças

facebokiANOS a par desta coisa