8 de fevereiro de 2009

A Queda de um Mito II

…ou, como detesto reuniões

Na minha infância a palavra “reunião” encerrava mistérios, conspirações, assuntos importantíssimos a que só tinham direito chefes de estado, grandes empresários e talvez um ou outro espião de alto gabarito.

Na pré adolescência, a palavra mudou de sentido e passou a ser privilégio dos comuns mortais mas, note-se, caso tivessem cargos importantes ou especiais. Eu própria me tornei numa dessas contempladas…do alto dos meus 10 anos era, nem mais nem menos, a chefe do meu “bando”, nas Avezinhas (para quem desconhece, nos escuteiros, era o nome que se dava às Guias mais novinhas). Tinha a árdua tarefa de dirigir as reuniões, era portanto uma pessoa importantíssima! Passaram-se dois anos e por incompatibilidades de ordem religiosa, deixei de frequentar as famosas reuniões e encontros aos fins-de-semana. A imposição de assistir de pé, junto às dezenas de velas acesas, à missa domingueira da Sé, tornou-se para mim uma tortura. O facto de tomar semanalmente a hóstia sem me confessar também já me pesava na consciência…


Como era uma miúda com espírito de liderança e muito participativa, resolvi seguir as pegadas dos meus irmãos (mais velhos) e embrenhei-me seriamente na política :). Aos 11 anos fui escolhida para dirigir os Pioneiros do núcleo de Faro (para quem não sabe era um grupo comuna de criancinhas que não sabiam o que andavam a defender mas que se divertiam imenso e tomavam desde muito cedo consciência política, ainda que totalmente distorcida). Fui confrontada de novo com as ditas reuniões semanais…o meu ego estava ao rubro, era de facto uma pessoa importantíssima sem margem para dúvidas.


Passei alguns anos nestas andanças, de reunião em reunião, até que me fartei…ganhei juízo, perdi a ingenuidade e deixei de acreditar no que estava a fazer.


Quando vim para o ensino as reuniões voltaram…esporádicas, duas vezes por trimestre…chatas, demoradas. Fui muitas vezes secretária, o que implicava a redacção das actas…a maior seca que se pode imaginar. Forçosamente me dei conta de que as reuniões não eram só para pessoas importantes…diga-se de passagem que aí perderam todo o glamour.


Na escola onde estou as reuniões são semanais. Como tenho 9 turmas e 4 níveis (7º, 8º, 9º e secundário nocturno), gramo com 4 reuniões obrigatórias por semana, mais as extraordinárias que por vezes surgem e as de departamento que são geralmente mensais. Verdade se diga que estou a ficar com uma aversão tal a reuniões que só de ouvir pronunciar a palavra já fico arrepiada.
A elaboração das actas é rotativa o que implica no meu caso “rodagens” constantes porque faço parte daqueles conselhos de ano todos…PFUUUUU…chiça!!!!!!!!!!

(Este parlapie todo é uma forma de protesto face à acta que tenho para redigir, de preferência ainda hoje).

10 comentários:

redjan disse...

Por falar nisso.... já reuni mais info ...

Ana GG disse...

redjan
Ora conta aí, ou ali...

SRRAJ disse...

Dou-me ao trabalho de as numerar todas. O record foi em Grândola. 99 reuniões. Teriam sido muitas mais se tivesse ido a todas.
Joka solidária

Ana GG disse...

SRRAJ
Contabilizar as reuniões!? Isso ainda seria mais assustador. BOLAS!!!!!

beijinhos

Vitor disse...

O que tem que ser tem muita força...o que se há-de fazer ;-)

Ana GG disse...

Vitor
O que tem de ser tem alguma força...ainda não fiz a maldita acta!

:)

mfc disse...

As reuniões, na sua maior parte, são uma seca completa!
Estragam-me logo o dia.

Ana GG disse...

mfc
Pois!!!!
A mim estragam-me 4 dias por semana.
:S

XS disse...

Não redijas. Pronto! Que uma gaja não tem que fazer nada contrariada. :)

Ana GG disse...

XS
Essa era precisamente a minha vontade. Não tive coragem, porque uma gaja nem sempre pode não fazer o que não lhe apetece...vai daí que acabei agora mesmo de fazer a porra da acta que entregarei amanhã de manhã (com um pequeníssimo atraso).
;)


obrigada pela visita!

pessoal que gosta de estar a par destas andanças

facebokiANOS a par desta coisa