
31 de janeiro de 2010
crise blogótica

29 de janeiro de 2010
simplicidades ou manias, como lhe queiram chamar

22 de janeiro de 2010
desespero
17 de janeiro de 2010
dialectos

Fui mesmo agora comprar tabaco aqui ao pé de casa. De uma vizinha das redondezas, ouvi e presenciei o pequeno "apontamento" que passo a transcrever, na medida do possível.
"Moças, qué q'se passa? Na virem passar o carro da GNR?
Ê tava ali à da minha Délinha e eles tavem parados. Eram três, num carre daqueles grandes!
Na cê se távem há pergunta d'alguém… a mim na me disserem nada?!
Se calha tavem mazera atrás d'alguém…
Quand'ê passê ficarem olhande fêtos parvos…"
Breve reparo: tudo isto foi dito com grande entusiasmo, acompanhado por gestos largos e expressões faciais caricatas.
O verdadeiro sentido da expressão "algaraviada"!
ipod
- E o que foi que tu ganhaste?
- Ganhei o mesmo que tu.
16 de janeiro de 2010
notícias do umbigo

15 de janeiro de 2010
dúvidas existenciais
14 de janeiro de 2010
haiti, aqui, no pensamento
10 de janeiro de 2010
sem cores
8 de janeiro de 2010
parvoíces, parvoeiras ou esparvoamentos
4 de janeiro de 2010
descobertas...de mim, dos outros e das coisas

Hoje, logo pela manhã, descobri que a vida pode ser tão pequenina e escorregadia que não nos podemos dar ao luxo de a desperdiçar.
Logo pela manhã recebi a notícia da morte de um colega. Que estava bem, que tinha energia para e dar e vender, que não fumava, que era desportista e que se apagou assim, do nada, no espaço de um mês. Que era o primeiro a entregar-me toda a papelada chata que lhe pedia. Que foi o primeiro e o único colega a anunciar-me, orgulhoso, "acabei de saber que fui avaliado com um excelente no ano anterior". Que me deixou falta, mesmo que só o tivesse conhecido este ano lectivo e sem que tivéssemos grandes intimidades. Que não me sai da cabeça a última pequena conversa que tivemos. Que me acompanhou os pensamentos durante todo o dia.
Nem calculam a impressão que me fez ler-lhe o último sumário no livro de ponto de uma turma que partilhávamos. Ler a resposta que o filho me deu e que ainda tenho no telemóvel, ao sms que lhe enviei a desejar as melhoras 5 dias antes de morrer.
2 de janeiro de 2010
situações traumáticas que nos podem destruir a vida em segundos, se não tivermos a ajuda de um bom psicólogo

Neste fim de tarde descobri alguns insondáveis mistérios da minha vida, a bem dizer, o porquê de certos traumas, que, claro está, se devem a uma infância castradora. Culpa de quem? Dos livros de leitura do meu "Ensino Primário Elementar" e, sobretudo da Dona Alda.
Assim que abri o meu livro de leitura da 2ª classe, 1ªedição de 1968, achei-o moderníssimo em comparação com o da 3ª, esse, uma 4ª edição, datada de 1954. Os livros mantinham-se durante décadas porque os temas estavam sempre actualizadíssimos…se não se falava da lavoura, falava-se da vida do campo e da cidade, da felicidade pelo estudo, da pátria e da nossa alegre e modesta casinha, da procissão e do cão Piloto, da horta e, como não podia deixar de ser, das histórias "empolgantes" da Luísa, do Duarte e da Joaninha, personagens principais que, ora iam visitar os tios à aldeia, ora eram visitados pelos tios da aldeia.
Dizia eu que o da 2ª classe me pareceu muito moderno assim à primeira vista…as ilustrações eram uma coisa muito avançada para a época. Descobri com grande surpresa minha que são da Maria Keil.
Os textos, de ambos, são de uma riqueza estonteante, daí a nossa grande satisfação da altura, pelo jogo da carica, do berlinde, do elástico, da macaca… pudera!!!!! Horas a fio a ler e a decorar aquelas endrominâncias sobre a vida modesta mas limpinha do campo, o pai que vai trabalhar de sol a sol para nos dar o sustento e a (desgraçada) mãe que é 10 em 1… faz a comida, lava a roupa, esfrega o soalho, conta histórias, leva porrada no lombo (ai, esta parte não estava escrita), canta o fado, estica o salário do marido e não trabalha fora porque este não a deixa (ai, outra vez, que esta parte também não estava escrita).
Descobri ainda a minha famosa "Prova de treino da 3ª classe", feita a 13 de Junho de 1973,na Escola Feminina nº2 de Faro. Ora aí é que a porca (salvo seja) torceu o rabo. Então não é que a cabra (salvo seja também, porque até era muito querida a Dona Alda, tirando os sopapos que dava aos meninos por assim dizer mais burrinhos na altura, que são hoje as criancinhas com Necessidades Educativas Especiais), me deu um bom pequeno, num ditado ENORME onde dei apenas um mísero erro na palavra intensidade que escrevi com c de cão. É que nem a porra de uma falta de um acento…tudo certinho e escrito a caneta de tinta permanente. Foi uma injustiça do caraças!!!!!!
Não sei se ainda vou a tempo mas estou a pensar seriamente em apresentar um recurso muito bem fundamentado por algum advogado famoso da praça (Pulha, se acaso me estiveres a ler….).
Os meus traumas só podem vir daí. Esta minha total aversão às injustiças, este meu, às vezes, síndrome de Robin Wood…
É QUE NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS A UMA CRIANÇA DE 8 ANOS!!!!!! Nem um Bom mais, ou um Muito Bom menos… mas que grande cabra aquela Dona Alda!!!!!
obrigada pela visita!