14 de maio de 2011

Ayamonte num impulso ou a vida do Serafim

não esquecer, desligar a musiquita do lado direito

Estou a escrever este texto, crónica, desabafo, baboseira ou o que lhe quiserem chamar, directamente de um boteco de montaditos em Ayamonte. A terminar um “jarro de cerveza”, que não é mais que uma caneca, e beberia outra não fosse este maldito sentido de responsabilidade que me persegue e na eminência de ficar alcoolizada em terras de Juan Carlos, que, era de facto o que me apetecia de momento.

Para chegarmos ao porquê deste, hoje, “jarro de cerveza” temos que recuar quase dois anos, quando descobri com uma enorme estupefacção, que o gato Serafim, bem como a restante família felina, eram portadores de SIDA felina. Ora o gato Serafim, o meu gato mariconço, frágil, caseiro, tímido, muito pouco dado a socializações e para quem quase só EU existo, não merecia ter sido contagiado, sem sequer se ter exposto ao perigo das redondezas.

ADIANTE…

A família acabou por morrer e o Serafim tem resistido estoicamente, cada vez com + mazelas, + magricela e com muito mau aspecto e eu…sempre à espera do dia D.

Ontem à noite, para espanto, começou a esvair-se em pus e entrei em estado de choque. Telefonia para as urgências veterinárias e a doutora (tão, mas tão QUERIDA) tratou de me acalmar, deu-me instruções de combate e mandou-nos lá estar logo de manhã. E fomos, logo, logo, os primeiros…eu nervosa e o Serafim a chorar todo o caminho, porque gato que se preze não gosta de caixas transportadoras.

E a veterinária olhou com olhos de pessoa experiente e ditou a sentença “o mais sensato era dar-lhe uma injecção para morrer”, e desta vez fui eu a esvair-me num filho da put@ de um choro, que me impediu de aceitar a proposta. E chegámos a acordo quanto ao adiamento da morte do Serafim e concordámos também em que ele ainda tem muita energia e que provavelmente ainda se vai aguentar muito tempo, cada vez com mais mazelas, mas com uma resistência felina que lhe permite estar desperto e mover-se e comer pouca comida de gato e muitas guloseimas de humano e seguir-me para todo o lado e gostar de mim como se eu fosse o seu ídolo e eu, ADORÁ-LO incondicionalmente (e estar feita parva, sozinha, a chorar no meio de uma cervejaria em Ayamonte).

BEM, vai daí que sai da veterinária, fui comprar antibiótico, mediquei o Serafim e fugi de mim…
Vim para a Espanha que tanto gosto, apesar desta zona ser como que o parente foleiro, a ouvir Ayo, como se não houvesse amanhã. A necessidade de sair de casa e de ouvir castelhano, porque é a língua que fica mais à mão, era tanta que fugi, literalmente…vontade mesmo tinha de ouvir um sotaque argentino, ou indiano, mas isso ficará para uma outra oportunidade.

Ficaria aqui a escrever mais umas tantas horas, mas não os quero massacrar...se é que conseguiram chegar até aqui.

Raios me partam (por favor deuses, não levem esta profecia muito à letra) se um dia não escrevo um livro a contar coisas. A contar coisas minhas em jeito de estórias iguais às vossas.
Soubesse eu os truques da escrita…

Acabei a cerveja, são 16.00 horas, vou regressar ao português, ao Serafim…e a mim!

para que saibam, o meu Serafim já foi um gato lindo

8 comentários:

Storyteller disse...

Um beijo muuuuuuuuuito apertado.

Ana GG disse...

Story

Obrigada, outro muiiiiiito apertado de volta.

Dylan disse...

Já tive muitos gatos que me deram muitos desgostos... Cresci com eles, adoro-os!

rose disse...

Estranho,como a bebida combina com lagrimas...dai "afogar tristezas" .
Abracinho solidario e que vivam os afectos :)

Vitor disse...

Essa bichana,parece a minha "Nina"...não a "cadela"que te apetecia apanhar ;-)))

BjS

Ana GG disse...

rose

Não é estranho, é mesmo uma combinação de líquidos, quase perfeita...

Outro abracinho, também solidário e afectuoso.

beijinhos

Ana GG disse...

Dylan

Aprendi a gostar destes bichanos.

:)

Ana GG disse...

Cadelas à parte....beijinho para ti!

:)


obrigada pela visita!

pessoal que gosta de estar a par destas andanças

facebokiANOS a par desta coisa