Estou desiludida, lixada, com todas as letras e mais algumas que não cabem nesta palavra mas sim numa outra começada por "F". ...
A minha ingenuidade, por vezes chega a ser assustadora. Às vezes ainda me iludo e chego a pensar que vivo num país livre, justo e democrático (e não, não estou a falar da classe política).
A minha ingenuidade, por vezes chega a ser assustadora. Às vezes ainda me iludo e chego a pensar que vivo num país livre, justo e democrático (e não, não estou a falar da classe política).
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A célebre frase "entre marido e mulher ninguém mete a colher", muito apregoada em tipos idos e que permitia aos maridos violentarem indiscriminadamente e repetidamente as mulheres bastando para isso fazê-lo no espaço privado das sua casas, remetendo os vizinhos que ouviam os gritos e choros dias após dias, meses após meses, para a condição de avestruzes, enterrando convenientemente as cabeças na areia, porque para chatices e azares na vida já bastavam os deles, ainda prevalece e estende-se a uma esfera muito mais alargada…pelos vistos às crianças supostamente vítimas de maus tratos também se aplica.
A célebre frase "entre marido e mulher ninguém mete a colher", muito apregoada em tipos idos e que permitia aos maridos violentarem indiscriminadamente e repetidamente as mulheres bastando para isso fazê-lo no espaço privado das sua casas, remetendo os vizinhos que ouviam os gritos e choros dias após dias, meses após meses, para a condição de avestruzes, enterrando convenientemente as cabeças na areia, porque para chatices e azares na vida já bastavam os deles, ainda prevalece e estende-se a uma esfera muito mais alargada…pelos vistos às crianças supostamente vítimas de maus tratos também se aplica.
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Quando ouço mais ou menos isto "tem cuidado Ana, não te metas nisso, estás a lidar com uma pessoa influente que te pode tramar". Fico lixada!
Quando ouço mais ou menos isto "tem cuidado Ana, não te metas nisso, estás a lidar com uma pessoa influente que te pode tramar". Fico lixada!
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Quando outros adultos como eu, sabendo quase as mesmas estórias do que eu, tendo as mesmas suspeitas do que eu, "enterram a cabeça na areia" porque querem evitar chatices, não querem remexer na merda (desculpem o termo) não se querem tramar…ouvem impavidamente as suspeitas "de que" e não mostram a mínima vontade de agir, de mover mecanismos para averiguar se o "de que" é só uma alucinação de uma criança desequilibrada ou é de facto um facto…só me resta a desilusão, o desacreditar.
Quando outros adultos como eu, sabendo quase as mesmas estórias do que eu, tendo as mesmas suspeitas do que eu, "enterram a cabeça na areia" porque querem evitar chatices, não querem remexer na merda (desculpem o termo) não se querem tramar…ouvem impavidamente as suspeitas "de que" e não mostram a mínima vontade de agir, de mover mecanismos para averiguar se o "de que" é só uma alucinação de uma criança desequilibrada ou é de facto um facto…só me resta a desilusão, o desacreditar.
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Recuso-me a ignorar o mal dos outros, recuso-me a compactuar com injustiças, recuso-me a deixar em branco o que me parece preto. Recuso-me a dormir com a consciência pesada das incertezas, mesmo embora possam não passar de suspeitas.
Recuso-me a ignorar o mal dos outros, recuso-me a compactuar com injustiças, recuso-me a deixar em branco o que me parece preto. Recuso-me a dormir com a consciência pesada das incertezas, mesmo embora possam não passar de suspeitas.
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Tudo isto pode parecer muito confuso, mas não consegui deixar de manifestar o meu desagrado contra todas as avestruzes, sem desprimor da espécie, em forma de gente com que por vezes me cruzo.
Tudo isto pode parecer muito confuso, mas não consegui deixar de manifestar o meu desagrado contra todas as avestruzes, sem desprimor da espécie, em forma de gente com que por vezes me cruzo.
3 comentários:
Às vezes não é tão linear achar-se incorrecto e simultaneamente ter a coragem de agir. De qualquer modo essas situações/suspeitas podem ser denunciadas por qualquer um de nós. Não é suficiente alertar quem achamos que tem o dever de agir e, quando essa pessoa fica impávida e serena, restar-nos lamentar. O que fizeste TU?
Atenção que este comentário não é uma crítica.
Beijinho
ANDARILHO
Linear é sempre, porque as questões morais o são sempre! Poderá é não ser fácil e exigir alguma coragem. Trata-se de uma situação em que "temos" o DEVER de agir.
Que fiz EU? Desencadeei o tal "mecanismo". Alertei quem deveria. Aguardo que se averigue a minha/nossa suspeita, depois se verá...mas não, não tenciono ficar apenas a lamentar, acho que não é só isso que me resta. Embora seja uma situação muito delicada que já me está a causar problemas.
Não é uma crítica mas deixa transparecer um certo tom de descrédito...parece vindo de um desconhecido que me está a pôr à prova. Agora é a minha vez "atenção isto não é ter mau feitio".
beijinho
PS. Obrigada pelo comentário!
Não, não teve como objectivo deixar transparecer um certo tom de descrédito, foi mesmo curiosidade em saber o que fizeste. Quando digo que não acho linear é porque não acho mesmo, não considero uma causa/efeito o saber/denunciar e aprofundar para verificar se as coisas foram de facto averiguadas. O dever nem sempre é considerado uma obrigação mas nestas coisas deveria ser. Falo por mim, que sei que muitas vezes faço o que critico no que diz respeito a estas coisas morais. Se se tratar de um caso na escola alerto o conselho executivo e passo a "batata quente". Neste tipo de coisas também sei que seria minha obrigação, ao verificar que o CE não aprofunda a questão, denunciar eu mesmo às autoridades. Não, nunca o fiz...
Bj
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