27 de fevereiro de 2009
26 de fevereiro de 2009
URGÊNCIAS
Sala de espera de um hospital distrital
Actores principais:
- Senhora muito perturbada (com um atraso mental, ou que se passou com as agruras da vida).
- Senhor perturbado (que também se deve ter passado com as agruras da vida).
- Senhora em vias de perturbação (prestes a passar-se com as agruras da vida).
Vou tentar dar-lhes uma imagem:
A senhora muito perturbada ria-se às gargalhadas e imitava as caretas dos bebés repetindo a frase - “É meu! Aquele é meu! É a minha cara…saiu daqui (massajando a barriga)!”
O senhor perturbado, que estava a ocupar 3 cadeiras porque estava deitado a dormir, vestido com um traje de Pocahontas, acordou e passou-se com a senhora muito perturbada - ”Porra!!!! És capaz de calar essa boca!?”
A senhora em vias de perturbação, alheia a tudo e todos, falava alto e bom som, porém calma e pausadamente com alguém ao telemóvel – “Estou aqui à espera, nas urgências…pois! Ficaram todos do lado da VACA e contra mim. Ela é amante do outro, já há muitos anos…grande VACA! E antes teve uma porção de casos…a VACA!”
O meu filho, que supostamente estava doente, melhorou a olhos vistos. Não conseguia conter o riso e, discretamente enviou-me uma sms “Mãe, tira-me daqui que isto é surreal!”
E o óscar vai para o pessoal hospitalar das urgências…médicos, enfermeiros e maqueiros que têm de trabalhar sem o mínimo de condições, sob pressão e ainda levam com todas estas “perturbações”.
Eu só lá estive cerca de três horas e mesmo assim estive mesmo, mesmo à beirinha de uma perturbação causada pelas agruras da vida.
24 de fevereiro de 2009
Lamechices
23 de fevereiro de 2009
Coisas sem importância mas que despertam a fúria do animal adormecido que existe dentro de mim
- Encontrar as bolas saltitonas da colecção de infância do filho, espalhadas por toda a casa, inclusive dentro do lava-louça, das tigelas de comida dos gatos, etc…
- Que se apropriem da minha cama quando estou fora de casa;
(Tudo isto causado por meia dúzia de putos porreiros, já com barba e idade para ter juízo, que se passam e perdem a noção do civismo e do respeito convencendo-se momentaneamente que estão na casa da Joana, quando afinal esta é mesmo a casa da Ana).
- Que na blogosfera as pessoas se ataquem ferozmente e de ânimo leve só porque sim…porque o outro deu um erro ortográfico, porque escreveu um post menos criativo, porque alertou para uma notícia menos fresca…
...
- Que na blogosfera existam quase complôs (?) que tomam partido de outros, aplaudindo e defendendo as "causas", sem argumentos válidos só porque sim…aguçando os dentes, à “vista de sangue”;
...
- Que a blogosfera funcione como um “Big Brother”…onde nos sentimos observados/controlados por artimanhas que indicam quem está online de momento, de onde veio e, possivelmente daqui a muito pouco tempo, também para onde vai. Outras ainda que despudoradamente dão com a boca no trombone acerca do número de vezes que determinados bloguers visitam a sua página. Não era preciso exagerar…
...
(Confesso que também consulto o sitemeter e que também sou cusca, que relaciono certos IPs com determinados visitantes/bloguers…e que era mais feliz quando não percebia nada disto. Por vezes sinto-me constrangida em visitar 200 vezes :) um blogue, no mesmo dia para ler os novos comentários).
- Que falem mal dos professores/ensino, só porque sim, porque fica sempre bem contestar, sem ter em conta que os mesmos são humanos, que as falhas são maioritariamente do sistema e que os ditos cujos geralmente fazem não só o papel de pedagogos mas também de pais, de psicólogos, de amigos…muitas das vezes de tudo aquilo que não lhes é oferecido, por direito, na própria casa.
22 de fevereiro de 2009
BUMMMM
Vinha mesmo agora descansadinha da vida a conduzir a minha carripana, absorta nos meus pensamentos, quando, vindo do nada…BUMMMM…um estrondo monumental e perda da visibilidade, algo estourou no vidro da frente.
Por acaso não me estampei só porque sou uma condutora exímia (presunção e água benta cada um toma a que quer).
Mas não, nada disso! Era apenas e tão só um balão de água que caiu vindo do céu.
Mal sabem os “meninos” que a sua proeza me deu um enorme jeitaço…estava sem água no limpa-vidros e já quase não via um palmo à frente do nariz.
Pelo sim pelo não, resolvi retaliar…
Cheguei a casa e telefonei à polícia.
21 de fevereiro de 2009
Ibéricos
Tal como uma percentagem assustadora de mulheres arranca os cabelos ao ver um concerto do Tony Carreira, esse nosso Ken de camisa aberta. Igual percentagem de homens ainda se baba ao ver uma mulher maquilhada, de salto agulha e mini-saia, versão “Barbie vai ao baile do Sobral de Monte Agraço”.
Qual expansão ultramarina europeia, qual difusão da cultura e da língua por todos os continentes… Depois de ouvir certos disparates, só posso concluir que nós, os ibéricos somos mas é um povo de trolhas e sopeiras.
Cada vez mais me convenço de que Ibérico, só mesmo o presunto!
(Conversas paralelas ou desabafos desnudados)
20 de fevereiro de 2009
É Carnaval ninguém leva a mal
19 de fevereiro de 2009
Não sei, não sei...
24 horas após exercitar de uma forma que quase roçou o bárbaro, todos os meus neurónios sobre o significado da mesma, consegui finalmente concluir:
“Não sei, não sei…”
18 de fevereiro de 2009
Diário de uma triste mãe, ou, fiquei lixada, pois fiquei
Se alguém souber de um Workshop que trabalhe o tema “Reciclagem para Mães de quase Adultos Esquisitos como o Caraças” por favor informe.
Tem de ser ao fim-de-semana, porque sou uma mulher ocupada!
P.S. Ah, se quiserem a famosa receita, é só pedir.
Volta SOL, estás perdoado!
Aguardo ansiosamente que se instale de vez, me invada o corpo e faça com que durma descansada sem o raio das dores nocturnas que me impedem os movimentos e me obrigam a permanecer firme e hirta.
Volta SOL, estás perdoado!
17 de fevereiro de 2009
15 de fevereiro de 2009
14 de fevereiro de 2009
Pura Vaidade
E a cabeleireira disse: Está gira!
E o filho disse: Estás gira mãe!
E os alunos disseram: Está gira professora!
Convenceram-me de tal forma que dou por mim a conferenciar com o espelho…
Apesar de ser sábado não vou sair! Acabei de decidir que vou passar a noite a passear a minha beleza cá por casa.
(Momento raro de pura vaidade!)
As "coisas" que a blogosfera encerra
Nas minhas habituais rondas pela blogosfera onde visito os blogues que gosto de ler, os que acompanho nem eu sei bem porquê (talvez apenas por pura curiosidade), aqueles que visito só porque me parecem pessoas porreiras/simpáticas e os outros tantos que descubro através de comentários que me chamam a atenção…tenho visto “selos” e “prémios” da mais variadíssima espécie.
Ora adiante…
Um dos selos que me tem chamado a atenção e que tenho constatado que prolifera a olhos vistos, tal como a reprodução de cogumelos numa terra húmida, foi feito para as “Mulheres bem resolvidas”… no Amor, no Trabalho, Sexo Seguro, Família, Amizade, Baladas.
Ora eu que já não acredito no coelhinho da Páscoa há muitos anos, não posso deixar de ficar feliz e talvez com uma pontinha de inveja por saber que, ainda que seja apenas na blogosfera, ainda existem muitas mulheres assim, bem resolvidas nestas “categorias” todas…
É que eu como simples mortal, ou como mulher simplesmente e não simplesmente Maria que não sou, só consigo “resolver-me bem” em alguns desses aspectos de cada vez e ainda assim temporariamente…quando me sinto uma mulher resolvida nuns, deixo de me sentir noutros…digamos que deveria exibir um selo “Mulheres que se vão resolvendo na medida do possível”.
Nota muito importante:
12 de fevereiro de 2009
10 de fevereiro de 2009
8 de fevereiro de 2009
A Queda de um Mito II
Na pré adolescência, a palavra mudou de sentido e passou a ser privilégio dos comuns mortais mas, note-se, caso tivessem cargos importantes ou especiais. Eu própria me tornei numa dessas contempladas…do alto dos meus 10 anos era, nem mais nem menos, a chefe do meu “bando”, nas Avezinhas (para quem desconhece, nos escuteiros, era o nome que se dava às Guias mais novinhas). Tinha a árdua tarefa de dirigir as reuniões, era portanto uma pessoa importantíssima! Passaram-se dois anos e por incompatibilidades de ordem religiosa, deixei de frequentar as famosas reuniões e encontros aos fins-de-semana. A imposição de assistir de pé, junto às dezenas de velas acesas, à missa domingueira da Sé, tornou-se para mim uma tortura. O facto de tomar semanalmente a hóstia sem me confessar também já me pesava na consciência…
Como era uma miúda com espírito de liderança e muito participativa, resolvi seguir as pegadas dos meus irmãos (mais velhos) e embrenhei-me seriamente na política :). Aos 11 anos fui escolhida para dirigir os Pioneiros do núcleo de Faro (para quem não sabe era um grupo comuna de criancinhas que não sabiam o que andavam a defender mas que se divertiam imenso e tomavam desde muito cedo consciência política, ainda que totalmente distorcida). Fui confrontada de novo com as ditas reuniões semanais…o meu ego estava ao rubro, era de facto uma pessoa importantíssima sem margem para dúvidas.
Passei alguns anos nestas andanças, de reunião em reunião, até que me fartei…ganhei juízo, perdi a ingenuidade e deixei de acreditar no que estava a fazer.
Quando vim para o ensino as reuniões voltaram…esporádicas, duas vezes por trimestre…chatas, demoradas. Fui muitas vezes secretária, o que implicava a redacção das actas…a maior seca que se pode imaginar. Forçosamente me dei conta de que as reuniões não eram só para pessoas importantes…diga-se de passagem que aí perderam todo o glamour.
Na escola onde estou as reuniões são semanais. Como tenho 9 turmas e 4 níveis (7º, 8º, 9º e secundário nocturno), gramo com 4 reuniões obrigatórias por semana, mais as extraordinárias que por vezes surgem e as de departamento que são geralmente mensais. Verdade se diga que estou a ficar com uma aversão tal a reuniões que só de ouvir pronunciar a palavra já fico arrepiada.
A elaboração das actas é rotativa o que implica no meu caso “rodagens” constantes porque faço parte daqueles conselhos de ano todos…PFUUUUU…chiça!!!!!!!!!!
(Este parlapie todo é uma forma de protesto face à acta que tenho para redigir, de preferência ainda hoje).
7 de fevereiro de 2009
A queda de um Mito I
Nunca tinha provado tal coisa até que um dia, com cerca de 6 anos, fui passar a tarde a casa de uma coleguinha de escola e me deram ao lanche um enigmático boião de vidro transparente com o dito cujo lá dentro. Bem educada que era fiz um esforço inglório para tentar tragar aquela coisa azeda…bahhhhhhhh…que me garantiam ser muito saudável. Era da Vigor e não tinha rótulo, apenas a marca gravada em relevo no vidro.
Fiquei, desde então, por alguns anos a achar que os iogurtes eram coisa de gente muito à frente, chique e endinheirada que tragava aquela mistela horrível só porque era de bom tom.
Em casa dos meus pais os meus irmãos bebiam copos de leite simples ou com chocolate, IOGURTES…népia. Como sempre odiei o sabor do leite, a minha mãe disfarçava-o em papas Maizena e pudins Boca-Doce, mais tarde no Nestum com mel.
Anos depois a minha mãe comprou uma iogurteira e começou a sua produção caseira, que, diga-se de passagem fazia apenas as suas delícias. A mim não me obrigava a comer aquela mistela, nem morta!
Não sei se por ironia do destino, os anos foram passando, o consumo do IOGURTE banalizou-se, começaram a surgir cada vez mais marcas, sabores e variedades e eu…rendi-me.
Tenho que admitir… tornei-me uma iogurto-dependente.
Durante a minha gravidez perdi o apetite por completo e sabem o que me valeu? Os litros de iogurte que bebia.
Nem que fossem os únicos habitantes, no meu frigorífico não poderiam faltar nunca os iogurtes.
É o meu eterno companheiro das pressas matinais, o tapa-buracos de estômago nos intervalos das aulas (a única forma de me sobrar tempo para fumar um cigarro), o salvador da fomeca nas noites de preguiça…
Obrigada IOGURTE!!!!!
5 de fevereiro de 2009
4 de fevereiro de 2009
Amor e Sexo
Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epilépticos
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa-nova
Sexo é Carnaval
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora
Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal
E tal e coisa
Ai, o amor
Hum, o sexo!"
Rita Lee
http://www.youtube.com/watch?v=v8-q4XiiS8U
E não é que a Rita tem razão!?
2 de fevereiro de 2009
1 de fevereiro de 2009
E a tristeza entrou sem esforço, não teve que transpor muralhas, apanhou-me de surpresa num dos dias que era, por direito, de prémio.
O sorriso que era suposto de preguiça, mudou de forma, curvou-se para baixo e chorei, chorei, chorei…
Porque as mulheres também choram!