21 de abril de 2011

ai as micoses...


Digamos que a cada vez maior falta de poder de compra e um pequeno grande amuo com o meu médico particular, fizeram com que passasse a recorrer à médica de família…e lá vou, cantando e rindo.

O “meu” Centro de Saúde, mesmo que se chamasse “Centro de Distribuição de Euros Só Porque Sim”, seria ainda assim uma coisinha triste e deprimente…

Um edifício supostamente moderno, inaugurado talvez com pompa e circunstância há 10 anos, em que o bom gosto se perdeu nas poupanças dos restos de materiais com que foi erguido. CARAMBA, é tão feinho, tão deprimentezinho, tão decadentezinho, que nem que me perca em “inhos” lhe consigo atenuar os defeitos e feiuras.

A cada nova visita lhe descubro mais enfeites de estuques caídos e tintas submersas em escuros bolores. As paredes alegradas por cartazes enxovalhados presos em excessos de fita-cola para se manterem firmes e hirtos. Uma planta trepadeira estende-se por toda a recepção, numa mistura singular entre o longo e o careca das folhagens que se prendem àquele caule a perder de vista.

A funcionária, ela própria a fazer pandam com o cenário, mergulhou o único armário existente (maior parte dos dossiês estão entricheirados no chão) em imagens que a fazem respirar a terra que deixou. Pronuncia madeirense muito acentuada, um ar eficiente que tanto se desdobra em simpatias como em perfeitas alarvidades, dependendo da posição dos ventos. Um andar que se faz seguro com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado direito, e a desenvoltura de um touro que se prepara para investir. Roupagem num misto de casual desportivo, com alguns, muitos, resquícios do filme Aquarius, em versão BollyWood.

A clientela é maioritariamente feminina, sendo que os rabos enormes vencem com uma enorme vantagem (BOLAS que as portuguesas têm traseiros generosos).
Perto da hora do almoço o espaço enche-se de delegados de propaganda médica que dão um ar mais composto à coisa, por momentos chegamos a pensar que estamos à espera da abertura das portas de um teatro.

Hoje a coisa até correu bem...

É que no outro dia, a senhora funcionária esqueceu-se que a fechadura, da única porta existente estava avariada, foi almoçar e trancou-nos lá dentro. Sendo que as janelas têm gradeamento, foi assim um bocadinho aborrecido. Valeu-nos um Mc Giver enfatado da propaganda médica mais um senhor de idade que do lado de fora, nos ia fornecendo chaves de fendas e alicates e ainda muitas outras chaves todas giras e muito eficientes.

As micoses do nosso sistema de saúde alastram-se e arrastam-se…e, e, e…mas que chatice, porque é que isto é assim?!


14 de abril de 2011

manias & bizarrias

gosto de escrever em bocados 
de folhas aproveitadas,
 de contornos muito 
direitinhos 
e regulares,
 com lápis pequenos 
e de ponta afiada...
nessas alturas 
sinto-me com a importância
 de uma merceeira 
a apontar meticulosamente
 as contas do freguês.


obrigada pela visita!

pessoal que gosta de estar a par destas andanças

facebokiANOS a par desta coisa